Renúncia

Que cale a voz que tanto ouvi um dia,
que estanque o pranto, cálido incontido,
e morra em mim, sem dor, sem agonia,
o amor que, em vão, demais me tem ferido.
 
Que se estilhace o sonho sem poesia,
e morra em mim o amor jamais vivido,
a insuportável dor, melancolia,
e tudo o que me rouba a paz, sentido.
 
Que acabe meu penar, o fel da ira,
paixão que me consome e em mim suspira,
e morram, sim, os sonhos, devaneios...
 
Mas não se cale, nunca, a voz da lira,
nem quebrem suas cordas – meus esteios -
pois quero me morrer nos seus enleios.
 
Brasília, 07 de Maio de 2010.
Seivas d'alma, pág. 85
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 07/05/2010
Reeditado em 17/08/2020
Código do texto: T2243676
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