NOCTÍVAGO
Na noite eu me desfaço dos meus medos,
liberto o meu sorriso pra ninguém.
Seus refúgios revelam-me segredos,
segredos meus revelo-lhes também.
Na noite eu me afiguro nos remedos
dos sonhos que sonhei não sei com quem,
sonhos alegres, sóbrios sonhos tredos
além das sombras, do horizonte além.
Na noite eu me embeveço no farol
da lua branca, quando se projeta
por sobre as ondas, feito um caracol.
Na noite a solitude me completa
mas me desfaço ante o nascer do sol
que sepulta minh’alma de poeta!
O sol das sombras as visões deleta.
A luz me mata! Eu morro no arrebol...
Odir, de passagem