*** CANTO DA NOITE***
Tão caudalosas como as águas do rio
Estrelas em noite clara de lua cheia
Ancoradas na saudade do velho moinho
A esperar o fogo do amor que incendeia.
Em matizes mil dançando pelo caminho
As flores desabrocham por sobre a teia
Desenhada pelo sopro de um torvelinho
Libertas da triste e confusa peia.
Saltam por entre as sombras em puro alinho
As desnudas árvores generosas em estreia
Em baile sonoro de fino trato e branco linho.
Ouve-se o burburinho e volta e meia
Canta feliz o pássaro febril em seu ninho
A linda estória de sua frágil epopeia.