A CADA DIA

A cada dia eu mais que me apaixono

Que ridículo, meu Deus, já nesta idade

Tão platonicamente, em abandono

Inebriando as luzes da cidade

A cada dia sou mais cão sem dono

Ou ser do qual tiraram uma metade

Eu não quero dormir, perdi meu sono

Com a imensa alegria que me invade

Percorro, atarantado, a mesma rua

De cima me observa a velha lua

Ela ilumina ambos os amantes

Se estamos nós deveras mui distantes

Assim como nos banha a mesma luz

Em sonho bem conheço os teus azuis