SONETO DA RUAZINHA POBRE
Naquela ruazinha pobre em que vivi
não há mais aquele cheiro antigo
e eu choro tanto de tristeza enfim
ao recordar a menininha que não ficou comigo
E não ficou comigo
o cheiro bom da madrugada fria
e a fina brôa de fubá caseiro
que cantando versos minha mãe fazia
Não tem mais o som do bandoneon
na ruazinha pobre em que vivi
enterrados estão os madrigais em festa
e eu choro tanto de tristeza enfim
Choro tanto de tristeza enfim
ao recordar a ruazinha pobre
era triste, a ruazinha era triste sim
Mas, cá estou eu, mais triste que a antiga rua
cobriram de cinzas, arrancaram de mim
a ruazinha pobre em que vivi