Íntimo castelo de areia
Levantei nosso castelo de areia
Bem na beira da maré do mar. N’alga
Que veio atolar, corromper, deixar feia;
A pomba branca, breve, seva e fidalga.
Do meu íntimo cresceu o nosso castelo.
Do meu ser, do meu estar apaixonado.
Teve como matéria prima o meu elo
Com tu’ausência, tu’aparência, meu dado.
Ainda qu’estando em mim, está distante.
Regurgitando dentro de mim, diante
De tanta realidade subjetiva.
Veja. Quão mais poetizo sobre a sina;
Quão mais quero resposta certa, fina;
Mais agnóstico fico à cantiga.