SONATA AO LUAR


Se fosses minha, como és da rua,
sem dúvida maior do amor mundano,
sem o temor da entrega, sem recua,
destemendo da dor de um desengano;

Pudesse conceber-te toda nua,
do senso de pecado o mais profano,
eu te faria uma sonata, ó lua!
nas teclas teosofistas de um piano.

Tocaria o teu corpo cor de prata
como se fosses lira dos aedos
nos mais sublimes sons de serenata.

Em partitura parca de segredos
eu te faria, ó lua, uma sonata
num piano plangido por meus dedos,

loando levas de meus sonhos ledos
em cultuosa e clerical cantata!

Odir, de passagem.




oklima
Enviado por oklima em 03/05/2010
Reeditado em 26/05/2010
Código do texto: T2235198
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