DESOLAÇÃO

DESOLAÇÃO

Oh, que pena! me sinto um menino perdido, e triste,

em meio aos desertos que a vida oferece.

E a tristeza que em minha infeliz alma cresce

fruto é do que nem começou e já não existe.

Quando a alma se sente assim, o copo padece.

É a carência unida ao amor, se resumisse;

são pecados que pagamos com a velhice;

é o topo de glória que a nossos pés fenece.

Se os anjos aqui na terra já não têm asas

por que apostamos neles todas nossas vasas?

É difícil saber. Damos culpa à carência.

Se algum dia houverem valores verdadeiros,

me avisem. Tirarei minha nau do estaleiro

para velejar sob as ordens da prudência.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 03/05/2010
Código do texto: T2234968
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