Cruz do tempo.
Quando era eu, de ti, guardiã doce e fiel ,
E que meus momentos todos, eram para teu prazer,
Tu vivias me fazendo, brincadeiras de sofrer,
E o medo de perder-te, era na vida, meu fel.
Hoje lembro disso tudo, mesmo querendo esquecer,
E em mim hoje o fel é lembrar que em negro véu,
Mantinhas-me sem nada ver, num querer quase cruel,
Lindo amor brotado em mim, castigo sem merecer.
Fui embora mansamente, pedindo ao tempo clemência,
Que nele, eu me perdesse, sem ter que sentir seu passar,
E assim toda tristeza, em mim, se fizesse ausente.
O tempo sorriu de mim, com um tom impertinente,
Não queiras fugir de mim, sou a cruz de quem amar,
Sou caminho a percorrer, se estando infeliz ou contente.