SONETO(104)
Quantas vezes, sozinho, falei ao vento:
Ouça a vil dor deste coração partido,
Achegue-se, vem, vem, dê-me ouvidos,
Antes que eu morra sozinho e sofrendo.
Quantas vezes eu falei à argental Lua:
Ilumina a estrada fria, longa e escura,
Qual minha alma de tudo despida e nua
Da presença daquela malograda aventura.
Procurei a prateada luz entre os pesadelos,
Que a perseguem, a magoam e a torturam
Negando-lhe ventura, paz e amor eternos.
Venha, não me deixe neste triste deserto;
Dê-me a alegria daqueles que procuram
E encontram. Dê-me amor, não o inverno.
Nova Roma do Sul- RS, 03 de julho de 2008.