SOL CADENTE
SOL CADENTE
Era um dia de sol a galope na tarde
já velhusca, miúda, sombreando a areia
Eu babava extasiado a gema que enleia
que no alto mar mergulha sem dor nem alarde.
E a força das águas, movendo-se, semeia
o oceano agressivo de ventos covardes.
Olha o mar a face serena do astro que arde
e ante os olhos meigos do sol a onda rareia.
O ocaso inebria irmanando os pensares;
divino é o lume que precede a noite escura:
é a gaivota de luz que paira sobre os mares.
Se humano é o instante em terra, de pura ternura,
há um momento sublime suspenso nos ares,
... e meus dedos se unem; minha mente sussurra.