SOL CADENTE

SOL CADENTE

Era um dia de sol a galope na tarde

já velhusca, miúda, sombreando a areia

Eu babava extasiado a gema que enleia

que no alto mar mergulha sem dor nem alarde.

E a força das águas, movendo-se, semeia

o oceano agressivo de ventos covardes.

Olha o mar a face serena do astro que arde

e ante os olhos meigos do sol a onda rareia.

O ocaso inebria irmanando os pensares;

divino é o lume que precede a noite escura:

é a gaivota de luz que paira sobre os mares.

Se humano é o instante em terra, de pura ternura,

há um momento sublime suspenso nos ares,

... e meus dedos se unem; minha mente sussurra.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 01/05/2010
Reeditado em 02/05/2010
Código do texto: T2231203
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