Soneto à Lusitânia

Minh'alma, em um esquife tripulada,

percorre o denso Tejo e, Trás-os-montes,

deságua em uma torrente atormentada,

ali, no limiar do horizonte.

De longe, delineam-se os Açores,

e - mais imaginada - a Madeira,

e o sol, feito deitado 'n'uma esteira,

mergulha a manhã em um chá de cores.

Minh'alma entoa um fado, encantada,

de Breyner e Pessoa, entorpecida,

de Espanca, a chupar toda a tristeza

Minh'alma e a tua, em vinho mergulhadas

irmãs trincadas, mãos compreensivas,

simétricas! Qual pedras portuguesas.

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 01/05/2010
Código do texto: T2230733