Folha branca
Branca como a Lua,
Isenta de pensamentos;
Alheia aos sentimentos;
Completamente nua.
Nua, silente, deserta...
Nenhuma ideia a habita.
Muda, não sabe como grita;
Adormecida, não sabe quando desperta.
Virgem, alva, inexplorada...
À espreita, esperando
O socorro da inspiração alheia.
E quando, enfim, realizada,
Por palavras a inundando,
Vê-se de ensinamentos, plena, cheia.
(Danclads Lins de Andrade).