Pedaços de mim...
Pretendo, antes de minha morte já sentida no vento frio,
Lançar-me como cinzas ainda não queimadas.
E de minhas partes já distribuídas,
O que restar seja jogado no rio...
Eu não tenho nada a perder nesse mundo de engodos,
De fracos disfarçados de heróis,
De deuses escondidos,
De amores fingidos por um desejo atroz...
Eu quero me lançar como a lança que matou os assassinos,
Perfurando os conceitos divinos,
Destruindo os martelos de nós.
E quem sabe voar, o alto-mar, no horizonte sem fim...
Deixando a poeira que fui; pedaços de mim...
E como nos sonhos ser o grande albatroz.