NEGRO QUEBRANTO
Agora, visto da noite, o seu manto,
e passo sob os raios prateados,
da lua indiferente, e eu desolado,
já não consigo conter o meu pranto.
Esta não é, por certo, aquela lua,
que brilha para todos namorados.
Para mim ela aponta só os pecados,
que venho cometendo pela rua.
É uma lua triste sem os encantos.
E quando passa por mim sorrateira,
desdenha de todo este meu canto.
Enquanto ela vai passando ligeira,
deixando pra mim o negro quebranto,
o qual originou a minha cegueira.
Marco Orsi
29.04.2010