DISPERSO EM POESIA
Dei-me tempo, porque já não o possuo.
Então ingressei dentro dos meus sentidos,
tentando achar onde estão, os vividos
anos que passaram, sem tal recuo.
Estranha àquela sensação de perda,
a qual nos acompanha a vida afora.
E mesmo sem sabermos ela mora,
dentro do nosso peito na esquerda.
Valho-me do velho adágio popular:
“Quando entregue a terra boa semente,
resulta bom fruto”, para saciar
a fome que se espalha pela mente,
na busca do saber mais luminar,
disperso em poesia, plenamente.
Marco Orsi
29.04.2010