Quimeras

O que restou dos sonhos que sonhei um dia?
Pedaços, cacos, sombras, pó na noite escura,
que agora cato pelo chão com tal ternura
transformo em versos, prenhes de fulgor, poesia...
 
O que restou dos véus de minha fantasia?
As flores que plantei e que ninguém procura?
Cadê o amor sem fim, liberto de censura?
E nada, sei, restou, além da nostalgia.
 
Saudade que me vem - faminta e sem piedade –
devora-me, sem dó, insiste e nunca passa,
inunda os dias meus e as minhas longas noites
 
Dos sonhos que sonhei eu sinto, enfim, saudade,
a força da poesia que me envolve, enlaça
e tange a minha lira com febris açoites.
 
Brasília, 29 de Abril de 2010.
Seivas d'alma, pg. 86

PUBLICADO EM WWW.SONETOS.COM.BR
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/04/2010
Reeditado em 17/08/2020
Código do texto: T2226195
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