PORTO E MAR

Este silêncio desacelera a noite,

uns barcos velhos repovoam os portos

quase mortos de cansaço e sono

e abandono seguem vento e almas.

Nem se avista o farol distante

a nau perdida e seu marinheiro,

o mundo inteiro velejou sozinho

num caminho de horizonte e céu.

As marés tão vagarosas! Entendo

o ponto certo dessa preamar;

navegar, bússolas quebradas.

Enche a noite uma aragem fria,

desce a neblina que muito se estende

calmamente sobre porto e mar.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 28/04/2010
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