PORTO E MAR
Este silêncio desacelera a noite,
uns barcos velhos repovoam os portos
quase mortos de cansaço e sono
e abandono seguem vento e almas.
Nem se avista o farol distante
a nau perdida e seu marinheiro,
o mundo inteiro velejou sozinho
num caminho de horizonte e céu.
As marés tão vagarosas! Entendo
o ponto certo dessa preamar;
navegar, bússolas quebradas.
Enche a noite uma aragem fria,
desce a neblina que muito se estende
calmamente sobre porto e mar.