Precipício

Manhãs saindo em um insólito arrebol

Os dias passando, incólume interstício

Ensaiei meu discurso para lua e ao sol

Lamentar este sofrer, meu novo ofício

Que para este final, tudo corre em prol

Me encontrei, escravo, deste meu vício

Num ostracismo, me fecho, em caracol

Que passo meus dias neste desperdício

Já me ponho, a encenar o meu comício

Não sei qual o fim, ou se terá um início

Da insanidade, já desconfiei um indício

E perambulei no limiar do meu hospício

Sentindo na angústia, o próprio suplício

Uma vida às margens do meu precipício

Valdívio de O. Correia Júnior 27/04/2010

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 27/04/2010
Reeditado em 01/07/2016
Código do texto: T2223465
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