A Idade do Amor

Se eu somasse as suas primaveras

que já viraram, de há muito, outono

a todas as chegadas e esperas

que sempre me acabaram em abandono,

poderíamos ter um saldo positivo

talvez pela primeira vez na vida,

liquidando por instantes o passivo

da nossa contabilidade suicida.

Iríamos tentar juntos nova estrada

que nos levasse a algo mais que nada,

já que sabemos que amor não é eterno.

Mas o único receio que me assalta

é que eu de esperas e abandonos sinta falta

e que a sua próxima estação seja o inverno.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 27/04/2010
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