A Idade do Amor
Se eu somasse as suas primaveras
que já viraram, de há muito, outono
a todas as chegadas e esperas
que sempre me acabaram em abandono,
poderíamos ter um saldo positivo
talvez pela primeira vez na vida,
liquidando por instantes o passivo
da nossa contabilidade suicida.
Iríamos tentar juntos nova estrada
que nos levasse a algo mais que nada,
já que sabemos que amor não é eterno.
Mas o único receio que me assalta
é que eu de esperas e abandonos sinta falta
e que a sua próxima estação seja o inverno.