Eu, poesia
Brota e grava, à deriva, a palavra
Que inspirada em um verso ensaia
Qual dançarina, no papel, tocaia
E o soneto do inspirado encrava
Hermafrodita mente que fertiliza
Papel, berço que o poema apara
Leitor, obstetra que a beleza apura
Traduz as nuvens que o autor visa
a literatura cicatriza papel e alma
em versos o poema amor convence
quando em ódio, a alma acalma
que o lirismo o amor apense
surja e ocupe a saudade vazia
e revele o por que da poesia