PROCURANDO
A minha alma entendiada resmunga e soluça
Na amarga solidão, tão eternas e iguais...
Junta-se a saudade, me abraça e aguça
O tempo já passado com suas marcas naturais.
Me perco em pensamentos até altas horas
Procurando dormir e descansar a cabeça,
Mas o sono não chega! Tu, madrugada, devoras
Os meus ais na fome de ter minha presença.
Gostas de estar comigo! Ver meus olhos fundos,
Cansados de olhar as paredes pobres e cruas
Onde pintei a minha dor e gemidos profundos.
Não sou o passado! Sou um ser vivente!
Estou apenas procurando as doces criaturas
Para ensinar-me a sorrir conscientemente.
DIONÉA FRAGOSO