RUÍNAS DO MEU TETO
Se eu deixar de escrever, talvez não diga
O sentimento oculto que me dera
O instinto sem razão, fez-se uma fera
Invisível que o corpo à alma liga.
Talvez meu pensamento ‘inda prossiga
Obstinadamente como eu era.
Mas desfazendo o enigma que eu fizera
Ser um poeta já não mais consiga.
Se o acaso, enfim, roubar-me o afeto
E um fardo de ilusões pesar-me aos ombros
Destruirei meus versos. Eu prometo.
Meus versos serão ruínas do meu teto
Fragmentados sob os meus escombros
Restando estrofes deste meu soneto.
Se eu deixar de escrever, talvez não diga
O sentimento oculto que me dera
O instinto sem razão, fez-se uma fera
Invisível que o corpo à alma liga.
Talvez meu pensamento ‘inda prossiga
Obstinadamente como eu era.
Mas desfazendo o enigma que eu fizera
Ser um poeta já não mais consiga.
Se o acaso, enfim, roubar-me o afeto
E um fardo de ilusões pesar-me aos ombros
Destruirei meus versos. Eu prometo.
Meus versos serão ruínas do meu teto
Fragmentados sob os meus escombros
Restando estrofes deste meu soneto.