O bagulho da laranja
Declaro inertes os que têm orgulho.
Eu e eu, indiferente, sobre a lua cheia,
Cheio de vontade de tudo, mergulho,
Afogo em arrogância e ego, cara feia.
Cauto, com céu nublado, cheio de reia.
Penso e penso, não dou fogo ao fagulho.
Mas é coisa que vai com a lua cheia,
Quem sabe agora ou na lua nova? Em julho?
Feliz quem tem orgulho em ter orgulho.
Quem se acomoda, e faz moda com meia
Alma. Da laranja resta o bagulho!
Apert’aqui, espreme ali, a metade alheia
Da fruta. Claro, sem fazer barulho.
Vai querer olho gordo na tua ceai?