Assassínio

Então, no peito, a solidão explode.

Enchendo-se de lágrimas cinzentas,

Desesperado, o coração não pode

Suportar este mundo de tormentas.

E os muros ficam cada vez mais altos,

Formando uma cúpula ao meu redor.

Meus olhos escuros como basaltos,

Trancados em um inferno sem dó.

Vivendo onde o tudo se torna nada.

Sem visão, sem destino, sem um norte...

Dentro, em mim, eternamente calada

Tenta gritar aquela voz de morte.

Por ti, indiretamente, sussurrada

Até que o coração não mais suporte.