PERERECA
PERERECA
Que bela rã anã, temida e idolatrada,
se jovem dá saltos, ou mesmo vetusta,
entre pregas da veste se oculta no busto.
Meiga, graciosa, corpo liso... e safada.
Vezes há que aparece desnuda (que susto!)
no banheiro a perereca, imóvel, calada;
noutra, espia indefeso inseto na folhada,
quando nos capins da natureza não o busca.
Em seu corpinho atlético, o esquema que ajuda,
é a ventosa dos dedos que no liso gruda
se acaso a meta é escalar ao topo do taco.
Com o domínio da arte na caça da mosca
entre musgos se esconde; dos olhos se mosca.
A arma maior sempre é a língua que fere o naco.