PERERECA

PERERECA

Que bela rã anã, temida e idolatrada,

se jovem dá saltos, ou mesmo vetusta,

entre pregas da veste se oculta no busto.

Meiga, graciosa, corpo liso... e safada.

Vezes há que aparece desnuda (que susto!)

no banheiro a perereca, imóvel, calada;

noutra, espia indefeso inseto na folhada,

quando nos capins da natureza não o busca.

Em seu corpinho atlético, o esquema que ajuda,

é a ventosa dos dedos que no liso gruda

se acaso a meta é escalar ao topo do taco.

Com o domínio da arte na caça da mosca

entre musgos se esconde; dos olhos se mosca.

A arma maior sempre é a língua que fere o naco.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 24/04/2010
Código do texto: T2216330
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