soneto micaelico
as palavras ardem na boca
e esse fogo é meio veneno
embora às vezes muito doce
embora às vezes muito cedo
caminhamos entre desejos
e se ficamos na sombra
e se o nosso sonho é pequeno
o que será que não temos?
o que será que não temos
e dói tanto sabermos? esquinas espelhos
e os gestos mais avessos
onde ficamos não ficam e vamos
aonde não vão os receios vivemos
na contramão do tempo