SOU UMA FRAUDE
SOU UMA FRAUDE
Venho das “recônditas moneras”,
Convivo há tanto tempo com o nada.
Se o mundo está cheio de feras,
Sou uma fraude para a mulher amada.
Percebo em minha vida duas estações,
Em uma procuro por todo tempo a fada.
Nem sei como passei por tantos verões,
Achava-me o máximo, não sou nada.
Procuro sair de meu calvário, meu inferno,
Sem saber como sair dele, talvez me mude.
Que venha logo o mais longínquo inverno.
Talvez no dia de embarcar no ataúde,
De novo aproximo do colo materno.
Quando me convencerei, sou uma fraude.
Goiânia, 23 de abril de 2010.