TIGRESA
TIGRESA
Sumiu do horizonte a bela guerreira nata,
suponho cortadas as unhas da tigresa.
Ficou muda no habitat, dolente, indefesa,
não se ouve mais o veludo da sua pata.
Era um versejar leve de rara beleza;
as cores, as folhas e as flores dessa mata.
Seu cantar/harmonia era uma serenata;
os sabores do jantar de uma lauta mesa.
O uirapuru que faz seus cantares na selva;
o tigre que aveluda suas patas na relva,
são sutis realezas das formas do amor.
Poema, que suave, se ausenta do quadro,
é amor sem poesia; é alcateia que ladra
o lamento incontido no ápice da dor.