TIGRESA

TIGRESA

Sumiu do horizonte a bela guerreira nata,

suponho cortadas as unhas da tigresa.

Ficou muda no habitat, dolente, indefesa,

não se ouve mais o veludo da sua pata.

Era um versejar leve de rara beleza;

as cores, as folhas e as flores dessa mata.

Seu cantar/harmonia era uma serenata;

os sabores do jantar de uma lauta mesa.

O uirapuru que faz seus cantares na selva;

o tigre que aveluda suas patas na relva,

são sutis realezas das formas do amor.

Poema, que suave, se ausenta do quadro,

é amor sem poesia; é alcateia que ladra

o lamento incontido no ápice da dor.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 23/04/2010
Código do texto: T2213937
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