VIDA!
A vida é surpresa e mistério...
Não há como fugir da própria sorte.
Ninguém consegue se safar da morte
Se errarmos o caminho – é caso sério.
Estamos sujeitos aos impropérios
Ao perdermos nosso justo suporte.
E a palavra que ora nos exorte
Irá soar como vil adultério!
As cartas desse jogo vem marcadas.
Pelo traçado de nossas estradas
Podemos escolher nosso caminho.
O prêmio consiste na própria vida
Que se usufrui – antes da partida
Que nos conduzirá ao nosso ninho.
Um Soneto escrito na madrugada insone,
ao som das buzinas (a estas horas!) –
Gente que vem da boemia,
Gente que vai, não sei onde...
Que busca o impossível
Que se dá e se esconde.
Gente que ama,
Gente que vive
E gente
Que a vida consome
Nas noites vazias
Sem teto...
Sem nome!
(Milla)