MÃOS

Ondas de mar, rochas cansadas!

Orla de labores, flechas gritadas

Sofrendo ausência de mãos dadas

Ainda provisão de tantas dávidas.

Deitadas docemente sobre o regaço

De gestos multiplicados sempre iguais

Silenciosas morrendo a cada passo

Cálices de amor, que agora não são mais.

Tão secas, quanto ardentes andam à toa

Não há tempo recente que algo lhes traga

E a dor com que se deitam, pois que doa!

Desbobrei a lembrança que andava louca

Queimei o tempo em minhas mãos se apaga

A esperança nem pó nem terra!É já pouca!

natalia nuno

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