Soneto sem i

Era um mundo sem paz, sem razão,

desastrado num manto sem luz,

era um mundo sem fé, solução,

nem clareza, que não me seduz.

E eu, no mundo, compondo canção,

me propus a cantar, me propus.

Os cantores têm sempre um clarão

de beleza, e a canção nos conduz.

E este mundo me leva a compor

as canções que eu produzo ao luar

num afã de manter-me na paz.

As canções são poemas de amor,

têm beleza sem sombra, sem par,

são belezas de quem sempre as faz.