FÓRMULA A UMA FOSSA [CXCVIII]
Afoga numa fossa o teu revés
– um copo cheio, mas de vinho tinto,
que por bebidas quentes não me sinto
propenso nem de bofes nem dos pés.
Bebendo por amor, sei já quem és:
tu vais tomar até partir-te o cinto,
e todos vão dizer-te que não minto
– e embebedar-se é lance pra manés.
Enterra noutro copo as tuas mágoas,
a taça da razão que tens no quengo,
e evita da paixão cair nas águas.
É bom, no amor, que dês final à fome,
e deixes de beber e ser molengo,
mas já com ela à mão, ao telefone.
Fort., 18/04/2010.