À SUPREMA HORA

Suprema hora!- a que nos enxergamos num espelho

Tardio e arredio às tantas reflexões dos tempos...

Trincadas as imagens- desencontros- sempre alheios!

A nós sequer restaram... inúteis versos, devaneios.

Então sós nos buscamos, aos nossos corpos, entre os seios...

Das horas que se foram duramente renegadas,

Vibraram nossos tímpanos aos sussurros, vãos anseios!

A nos trazer de volta um fio de vida, desfiada.

Em verso adormecida na rubra terra semi-arada,

No espelho refletida à luz do sol dum meio-dia...

Ressurge a tenra flor do velho campo, castigada,

Como quem se embevece de santas gotas de alquimia!

Reflexões das trincas...mudas palavras emolduradas

Num flashe de magia, silentes rimas de alegria.

Nota:

(Meu esboço de soneto, difícil conflito entre a rígida formatação literária e o fluir dum sentimento.)