ARTE PROTEGIDA
Na penumbra insólita de um verão brando
Abeberado em livros rebuscados, concentrado
Ele escreveu, teceu, convenceu, cometeu
A poética frenética apareceu, traçada.
Como na renascença, arte gótica alaborou
Poesia bem profunda, quem conheceu enamorou
Em Milão ou Florença, Itapipoca ou Icó
Poesia é poesia quem não conhece tenha dó.
Nas profudezas da realeza, mecenas protetores
Arte protegida, arte difundida, poesia assistida
Não ficou perdida, conseguiu ser difundida.
A arte não se perde, nem se enterra
Aprecia-se, alimenta-se, aplude-se, envolve-se,
Não se mata, então guarde seu revólver.