Paz profunda
Que falta o mar me faz, esse colosso,
pra brilhar inda mais, como se no alvoroço
da espuma salpicada despojasse diamantes,
nesse fluir tão terno e tão gigante.
Lustrosas conchas rolando, coloridas
pelo fundo das areias, trazem no bojo
imbrincado, que espalha tanta vida,
almas guardadas, fosse um bordado estojo.
Quebrando rolo após rolo, num eterno arrojo,
murmurando dormente nessa paz profunda,
é essa música dolente que me inunda.
Por fim, esse azul será minha mortalha
e minha alma com sal quero adornada;
abraçaremos juntos cada onda, amada.