Paz profunda

Que falta o mar me faz, esse colosso,

pra brilhar inda mais, como se no alvoroço

da espuma salpicada despojasse diamantes,

nesse fluir tão terno e tão gigante.

Lustrosas conchas rolando, coloridas

pelo fundo das areias, trazem no bojo

imbrincado, que espalha tanta vida,

almas guardadas, fosse um bordado estojo.

Quebrando rolo após rolo, num eterno arrojo,

murmurando dormente nessa paz profunda,

é essa música dolente que me inunda.

Por fim, esse azul será minha mortalha

e minha alma com sal quero adornada;

abraçaremos juntos cada onda, amada.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 18/08/2006
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