NADA
Eu nem sei porque perco o enleio,
entre o fim e um outro recomeço,
se sou meu eu (também o avesso)
e, sem um freio, de tudo descreio.
Fluindo só, feito um rio em seu veio,
há momentos em que eu me esqueço,
há horas em que mal me reconheço
e tem mil vezes que me pego alheio.
Cheio... ah! eu tapo os meus ouvidos
às ordens que me impõe esse mundo,
então não escuto mais os seus ruídos.
Olvido que apenas suporto a estrada,
que é mágoa... é dor... tédio profundo,
neste meu Ser que é tudo - e é Nada!
Silvia Regina Costa Lima
23 de março de 2010