A LIRA DA MELANCOLIA
Cantarei neste poema a melancolia:
Um dia testemunhei artífices da terra
Resignarem-se a uma vida sem estrelas e luzernas.
Cantarei neste poema a melancolia:
Os dias e as noites amanheciam,
Mas continuava a tangê-los
A valsa da desvalia, do exíguo vento.
Cantarei neste poema a melancolia:
Nada de seu tinham
A não ser um vácuo cavalgando por dentro da barriga
E, num semblante sulcado, a fome da lida.
Canto, afinal, neste poema a melancolia:
A ausência de sunshine na sina daquela sertaneja gente nordestina
Lancina-me, até hoje, sadicamente as mentais retinas.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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