Vago...

Vago, às vezes, as ruas da madrugada.

Sozinho pelo orvalho e pelo frio da meia noite.

É como o inferno dos demônios, a lhe querer o açoite.

O derivar no escuro que antecede a alvorada.

E pelos postes amarelentos, o nortear da embriaguez

E não me erre os assassinos, a minha paz desarmada.

Já perdido, quase morto, aos delírios da insensatez.

Vou voltando, a passos bêbados, o caminho da ancorada.

Vago como um louco ou um poeta amante

A buscar, laborioso, a vida diletante

Ou me enganar com os prazeres da vida de um errante...

A noite vai-se indo aos raios da aurora...

Nem morri no asfalto; ainda posso ir embora

Realizar os sonhos nascidos em outrora.

Washington Machado
Enviado por Washington Machado em 11/04/2010
Código do texto: T2190163
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