SONETO - DAS PEQUENAS VIAGENS POR UM GRANDE MAR

O observador descura de ver o objeto de seu olhar,
Vê com a certeza que cultiva,
E assim, trata a todo o fruto, igual ao que cativa,
Na horta do seu pensar.

Na floresta da sua imaginação, dissemina a decisiva
Ação com que traça a linha do seu destino sem lugar,
E na inteireza de suas certezas é erva promissiva
Cujo perfume, nunca há que proliferar,

Seus olhos pequenos permanecem na assertiva
De quem olha sem olhar, e vê apenas o que contestar!
Naufrago em seu próprio mar; eis o marujo sem diretiva,

Observador do externo, carente de se enxergar,
De soberba divulga seu pesar... Por quem cativa,
Amores e flores colhidos na horta de outro pensar!

 
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 09/04/2010
Reeditado em 17/07/2016
Código do texto: T2187770
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