Soneto Triste
Tudo que surge de minha carcaça
Reflete minha dor, sangra minha veia
Com sua escarlate cor, esvaziando a carnal taça...
Ao longe ouço o dobre com sua música velha
Do alto daquele campanário, tão disto
Velho e solitário, como meu peito que pulsa
Os sentimentos atônitos expulsa,
Como se trocasse aquele descompassado disco
Que teima em cantarolar na vitrola
Sua anciã moda de viola!
Tudo que é velho um dia perece
Levando consigo uma ou outra quimera
Que no alto da campa aparece
Na figura de uma rosa na mais pura prece!
J