O AMOR QUE NÃO VIVI
Por onde anda o meu amor não tido,
apesar dos pesares das esperas?
Do tempo de esperar não faz sentido
o decorrer de tantas primaveras!
Os outonos me pesam. Exaurido,
já não me ponho a conceber quimeras,
devaneando sonho desmentido,
embora crendo em meu amor, deveras.
Talvez eu creia no que não existe,
num corpo de mulher que nunca vi,
num vulto vago que não subsiste.
A esperá-lo estarei sempre aqui,
vivendo outonos que me deixam triste,
velando, triste, o amor que não vivi.
Odir, de passagem