A NOITE DE NÓS DOIS
Não sei por qual mistério a noite tua
dá-me idéias diversas quando falas
comigo ao telefone ou quando calas,
e a voz do teu silêncio se acentua.
Na tua noite me apareces nua
nos passos que aos meus passos intercalas.
Enquanto fala o teu silêncio, exalas
cheiro de flores despertando a rua.
E assim, despida na noturnidade
dos meus passos de sonho e de saudade,
pelas noites dos antes sem depois,
segues comigo, sombra da vontade
do obsceno, em cena de inverdade,
na noite de utopia de nós dois.
Odir, de passagem