Espelho, espelho meu!
Varre ó vento que desgrenha os meus cabelos
Adentra por meus poros e limpa minha mente,
De pensamentos insanos que não quero tê-los
E das vicissitudes que me castigam cruelmente
Soprai então constante, suave brisa vespertina
Aliviai o fardo desse áspero coração insolente...
Trazei o seu bálsamo contra minha aura malina,
Ponde no meu peito o seu justo jugo clemente...
Não suporto mais essa pesada agonia irritante
Carregar com o meu perfil esse traço pedante
Que desfigura meu ser com esse trato aviltante
Varrei com esse bom vento que sopra doravante
Transformai essa triste figura em novo semblante
Espelho, espelho meu, te suplico que me implante.
Valdívio de Oliveira Correia Júnior, 08/04/2010