O poeta
 
Poeta conta estrelas sem ter céu,
e vê a luz brilhar no escuro dia,
revoa só, andeja sempre ao léu,
transforma o fel em fonte de poesia;
 
poeta faz do pranto belo verso,
a dor profunda canta com estesia,
da morte, sem temor, retira o véu,
com graça rasga o verbo, se extasia;
 
o mundo todo canta, rima e explora,
e vai sonhando pelo mundo afora,
soluça em versos sem qualquer pudor;
 
a dor dos outros sente, canta e chora,
e tudo, enfim, desperta o trovador
que, sem descanso, tange a própria dor.
 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 07/04/2010
Reeditado em 17/12/2012
Código do texto: T2182285
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