O poeta
Poeta conta estrelas sem ter céu,
e vê a luz brilhar no escuro dia,
revoa só, andeja sempre ao léu,
transforma o fel em fonte de poesia;
poeta faz do pranto belo verso,
a dor profunda canta com estesia,
da morte, sem temor, retira o véu,
com graça rasga o verbo, se extasia;
o mundo todo canta, rima e explora,
e vai sonhando pelo mundo afora,
soluça em versos sem qualquer pudor;
a dor dos outros sente, canta e chora,
e tudo, enfim, desperta o trovador
que, sem descanso, tange a própria dor.
Poeta conta estrelas sem ter céu,
e vê a luz brilhar no escuro dia,
revoa só, andeja sempre ao léu,
transforma o fel em fonte de poesia;
poeta faz do pranto belo verso,
a dor profunda canta com estesia,
da morte, sem temor, retira o véu,
com graça rasga o verbo, se extasia;
o mundo todo canta, rima e explora,
e vai sonhando pelo mundo afora,
soluça em versos sem qualquer pudor;
a dor dos outros sente, canta e chora,
e tudo, enfim, desperta o trovador
que, sem descanso, tange a própria dor.