Era natal, e mesmo que calendário não houvesse; da data se sabia,
Fulgia no céu uma docilidade irmanada às nuvens, e o povo cria:
É natal!... E logo se fazia, cantares e silêncios ciceroneados pela alegria,  
Descerravam seus mistérios, expunham, o que no coração incidia!
 
Profanar o leito onde deita as águas era algo que se não dava concórdia,
E ai do insano, que do leite fizesse águas de engano e rito de omofagia!
No céu brilhava a luz e o senhor do candeeiro a tudo aprazia:
Dos apelos aos céus, as romarias a senhora do dia... Doce misericórdia!  
 
Nestes dias natalinos, nem mesmo a morte e sua terrifica magia
Enlutava a beleza que espraiava suas certezas, que na relva reluzia!
O cristo era o apogeu, a gloria, o instante, o alimento e o guia,
 
E o homem puro e a mulher cândida, na força do encanto, a coroa cingia
E o cristo era toda a primazia, desde cedo até o findar do dia,
Sua luz irisada acentuava o amor que na natureza ardia em plena poesia
 

Rabe
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Quando penso que tudo o quanto cresce
Só prende a perfeição por um momento,
Que neste palco é sombra o que aparece
Velado pelo olhar do firmamento;


Que os homens, como as plantas que germinam,
Do céu têm o que os freie e o que os ajude;
Crescem pujantes e, depois, declinam,
Lembrando apenas sua plenitude.


Então a idéia dessa instável sina
Mais rica ainda te faz ao meu olhar;
Vendo o tempo, em debate com a ruína,


Teu jovem dia em noite transmutar.
Por teu amor com o tempo, então, guerreio,
E o que ele toma, a ti eu presenteio.



Willian Shakespeare

"O objetivo não é homenagear, não sou para tanto, o objetivo é só entremear versos de quem sabe encantar (Shakespeare).
 Com versos de quem é poeta vulgar (Rabe)


Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 06/04/2010
Código do texto: T2180459
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