O Sono Profundo

Aquele ser dormindo na calçada

É um ser de luz maior, melhor que eu;

Sobreviveu ao frio da madrugada

E aos restos que do lixo ele comeu!

Aquele ser vegeta, não é nada;

Tanto caminho torto percorreu...

Sua alma pequenina está cansada,

Seu corpo de menino nem viveu!

Armou-se em defesa contra o mundo

E fez da morte o seu lindo brinquedo

Já que da vida pouco lhe cabia...

Agora dorme o sono mais profundo;

Venceu a fome, a dor e o próprio medo:

- E nem morreu, posto que não vivia!

Ciro Di Verbena
Enviado por Ciro Di Verbena em 16/08/2006
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