O PRANTO DA TERRA

Vê como chora a terra humilde e boa
Ferida pela força das tormentas,
A golpes de granizo que enfrenta
Porque a natureza não perdoa.

Depois da tempestade a garoa
Intermitente como um pranto frio
Ela e o sol num único desafio
Teimam em guardar uma semente boa.

Mas a semente já toda encharcada
Não tem força nenhuma pra lutar
E humildemente entrega-se à derrocada.

É a natureza de clamar cansada
Sem esperança só nos vem lembrar
Que de alguma forma sente-se vingada.


Brasília. 03/04/2010