Morte, ledo engano

Tão necessário é ver o coração da pessoa,
O que por fora se observa é miragem,
O vento que roçou a relva, a pastagem,
Iludido na mente, o som do sino ressoa!

Tão preciso sentir a vida que de dentro ecoa,
Em golfadas de ar, viver esta passagem,
O vento bateu forte em cada ser selvagem,
A mão a correr pelo corpo, mão que abençoa!

Mas sinto-me joguete, um engano ledo,
Sinto-me num ligeiro foguete acomodado,
Cujo destino será o gélido norte, sem sorte...

Sou uma pálida maqueta, um brinquedo,
Sou um fantoche a pular desengonçado,
Nas mãos dos ventos da traiçoeira morte!
Geraldo Mattozo
Enviado por Geraldo Mattozo em 31/03/2010
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T2168938
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