Um pacóvio
Em meio à bosta dos cavalos e porcos.
Um cretino envergonhado e virulento,
Cuspido como quem cospe o excremento;
Jogado fora e condenado pelos párocos.
Um pacóvio oriundo dos negrumes
Homem pródigo, maltrapilho, maltratado...
Despojado na lama dos alcatruzes;
Vilipendiado, trôpego e malogrado.
De um uivar triste e faminto,
Mendigado, minguado e tosco.
A perambular como vagabundo conspurcado.
Andrajosa criatura do recinto,
Foge das agruras do deus fosco
E vai pelo mundo pra não ser estripado.